Ela surgiu do nada e vinha apressada. Os cabelos cor de mel escorriam-lhe ombros abaixo, e o seu olhar firme, emitia uma impenetrabilidade confiante. O decote deixava adivinhar uns seios fartos, proeminentes. Mais abaixo, as ancas mal lhe cabiam dentro de uma mini mini-saia. Juntamente com o busto, as pernas bem torneadas e uns pequenos delicados pés dentro de uns saltos altos delineavam uma silhueta harmoniosamente perfeita qual a mais bela das amazonas, transpirando sensualidade e arrepanhando a libido a qualquer macho da espécie, escravo dos seus cromossomas XX.
Permutámos longos olhares, a princípio tímidos reservados, mas depois aproximámo-nos, encorajados e em perfeita sintonia entregámo-nos ao mais peganhento beijo que jamais experimentara.
Os presentes mostravam um incómodo embaraço. Alguns viandantes abrandavam o passo, enquanto que sem parar nos lançavam olhares de reprovação. Foi aí que, possuído por uma animalidade carnal impar fiz descer avidamente a mão p`lo seu corpo, e detendo-a na nádega que apertei, enquanto deslizava o dedo médio rego abaixo, onde pude constatar que as suas humidades mais íntimas assomavam. Inesperadamente, sem que o pudesse prever desapertou-me a braguilha e puxou para fora das calças o falo erecto, que com igual rapidez engoliu imediatamente após se ter ajoelhado, executando um frenético vai-e-vem oral. Puxei para fora dos ombros as alças da sua blusa de vasto decote, e descobri-lhe os seios balanceantes ao ritmo dos seus movimentos cujos mamilos rijos ainda o estavam mais, sinal inequívoco do seu sôfrego desejo impúdico.
De tão envolvidos que estávamos na nossa actividade que mal nos apercebemos da pequena indignada multidão que se juntara em redor. Caguei. Então senti um espasmo espiralado percorrer-me a medula e, agarrando-lhe nos cabelos adequei a sua boca para receber toda a minha profusão seminal enquanto quantidades copiosas de endorfinas se libertavam, ofertando-me alguns segundos de paz relaxante.
As agressões precipitavam-se vindas da horda furibunda. Intrevi prontamente: “então não vêm que isto é para os apanhados?” Apontei ao acaso para um carro de vidros fumados do outro lado da rua, como que sugerindo uma câmara escondida. “É tudo uma brincadeira e vocês foram espectaculares”. Entrementes ajudei a minha cúmplice a se levantar e ofertei-lhe um lenço para que limpasse a boca. A fúria indignada dissipava-se dando lugar a sorrisos encabulados. A palavra televisão soava como um mantra sagrado, que deixava toda a gente numa espécie de narcose sumptuosa.
Depois de algum burburinho a multidão ia dispersando, retomando pouco a pouco a realidade das suas rotinas. Dei por mim sozinho naquela paragem de autocarros que tão boas e estranhas recordações me deixava. O meu autocarro já tinha passado e eu… ainda estava com a pixa de fora.
Raul Mistro
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