Ao longo da história tanto se tem especulado sobre a inspiração espontanêa das pessoas ditas geniais. “È hereditário, já o pai era assim”, ou “é por causa da droga”, são os argumentos de quem sofre do vazio de ideias, caracteristico à maioria dos mortais. Porém nunca ninguém se lembrou de atribuir a dita inspiração a uma coisa que está ao alcance de todos: a mancha.
A mancha, sim a mancha. No tecto, na parede, no sapato, numa peça de roupa interior, enfim seja lá qual for a sua origem essa mancha tem inspirado e induzido tanta gente a fazer em algum momento, algo de muito ou pouco importante. Talvez por vezes, decisivo até. Muito em voga nos azulejos das casas de banho, paredes de salas de espera, tectos de quartos e nas biqueiras dos sapatos, embora a sua aparição/colocação não esteja só confinada a estes locais. A mancha é de facto a responsável por grande parte das coisas que se criam ou decidem neste mundo, e isso pode acontecer mais ou menos assim: o “artista” está na cagadeira. Já fez o que tinha a fazer mas há uma inércia qualquer que não deixa que ele abandone o local, mesmo com aquela luz pardacenta que lhe perturba a visão e o cheiro pestilento que lhe sobe narinas adentro, é aí que ele, sem se aperceber que está a ser manipulado por uma força estranha que o transcende, algo que faz com que perca a noção do tempo linear, se põe a olhar para o vazio e dá com uma mancha algures dentro do seu campo visual. Olha-a fixamente, olha-a, olha-a e, continua como se estivesse hipnotizado. Aquela mancha sabe-se lá porquê inspira-o. A quê? A escrever um poema, a invadir a Polónia ou a jogar numa qualquer lotaria popular com profunda convicção. Penso até já ter lido algo aqui neste blog que foi escrito aquando a observação de uma dessas misteriosas manchas. Convenhamos que à parte do seu hipotético efeito psicoactivo, “a mancha” parece ser mais prática, eficaz e inofensiva que qualquer substância clandestina no que trata à inspiração. Quer dizer, mais prática é certamente pois nem sempre temos drogas à mão para nos inspirarmos e uma mancha na parede, podemos faze-la imediatamente e até mesmo sermos criativos quanto às suas formas e tamanhos. Depois é só abancar, olhar a mancha fixamente sem expectativa, sem ansiedade, e de preferência em estado meditativo. Os ambientes de “casa-de-banho” são propícios, momentos de insónia também fazem surgir manchas no campo visual, mesmo com o quarto totalmente envolto na escuridão, ou ainda quando se está sozinho no café, o olhar foge-nos lentamente para baixo e surge sempre uma puta de uma mancha na biqueira do sapato, provavelmente uma cuspidela de algum filho-da-puta anónimo que se cruzou connosco... e nem pediu desculpa.
A mancha, sim a mancha. No tecto, na parede, no sapato, numa peça de roupa interior, enfim seja lá qual for a sua origem essa mancha tem inspirado e induzido tanta gente a fazer em algum momento, algo de muito ou pouco importante. Talvez por vezes, decisivo até. Muito em voga nos azulejos das casas de banho, paredes de salas de espera, tectos de quartos e nas biqueiras dos sapatos, embora a sua aparição/colocação não esteja só confinada a estes locais. A mancha é de facto a responsável por grande parte das coisas que se criam ou decidem neste mundo, e isso pode acontecer mais ou menos assim: o “artista” está na cagadeira. Já fez o que tinha a fazer mas há uma inércia qualquer que não deixa que ele abandone o local, mesmo com aquela luz pardacenta que lhe perturba a visão e o cheiro pestilento que lhe sobe narinas adentro, é aí que ele, sem se aperceber que está a ser manipulado por uma força estranha que o transcende, algo que faz com que perca a noção do tempo linear, se põe a olhar para o vazio e dá com uma mancha algures dentro do seu campo visual. Olha-a fixamente, olha-a, olha-a e, continua como se estivesse hipnotizado. Aquela mancha sabe-se lá porquê inspira-o. A quê? A escrever um poema, a invadir a Polónia ou a jogar numa qualquer lotaria popular com profunda convicção. Penso até já ter lido algo aqui neste blog que foi escrito aquando a observação de uma dessas misteriosas manchas. Convenhamos que à parte do seu hipotético efeito psicoactivo, “a mancha” parece ser mais prática, eficaz e inofensiva que qualquer substância clandestina no que trata à inspiração. Quer dizer, mais prática é certamente pois nem sempre temos drogas à mão para nos inspirarmos e uma mancha na parede, podemos faze-la imediatamente e até mesmo sermos criativos quanto às suas formas e tamanhos. Depois é só abancar, olhar a mancha fixamente sem expectativa, sem ansiedade, e de preferência em estado meditativo. Os ambientes de “casa-de-banho” são propícios, momentos de insónia também fazem surgir manchas no campo visual, mesmo com o quarto totalmente envolto na escuridão, ou ainda quando se está sozinho no café, o olhar foge-nos lentamente para baixo e surge sempre uma puta de uma mancha na biqueira do sapato, provavelmente uma cuspidela de algum filho-da-puta anónimo que se cruzou connosco... e nem pediu desculpa.
Raul Mistro
extraido de: “Discussões fúteis com os meus amigos por causa da droga e do dinheiro gasto.”
3 comentários:
luzes a derreter, asa de mosca, manchas q inspiram. vocês andam mas é todos mamados.
este texto é uma ofensa para todos os anónimos. nem todos somos cuspidores de sapatos
meu caro anónimo sobre isso apenas lhe digo que "há dias cabrões e há cabrões que nem Dias são".
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