quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Acorde-me às 14h00 se faz favor…

Em verdade vos confesso que estive para escrever este post hoje de manhã. Mas depois pensei: eu ´tou bem é na caminha!

Esta frase de beleza astronómica encerra em si toda a História de Portugal e dos portugueses. Desde os primórdios da nação que esta frase tem vindo a ser utilizada nas mais variadíssimas situações e pelos mais dispersos personagens, do mais nobre ao mais plebeu, do mais aristocrata ao mais vagabundo.

Há uma razão muito simples para este possidónio costume; uma pessoa acorda de manhã, lembra-se do trabalho, da crise, da corrupção, do euribor… enfim, lembra-se que vive em Portugal e a primeira coisa que lhe vem à cabeça é: Eu ´tou bem é na minha caminha!

Recuemos atrás nos tempos e analisemos os mais diversos casos em que, mesmo não sendo proferida, a frase estava lá, escondida na entrelinhas da vida à espera de alguém que a trouxesse para a luz do dia:

Viriato – O Lusitano – Foi morto à traição porque estava a dormir muito bem na sua caminha;
D.Carlos – Depois de ter sido alvejado pelo Buíssa, a gorgolejar de sangue, quase a expirar ainda exclamou: Eu ´tava bem era na caminha!;
Salazar – Caiu da cadeira porque onde ele estava bem era na sua caminha.

Até a Lurdes, a prostituta que ataca lá por detrás do meu prédio, que tem uma verruga no nariz e herpes nos lábios, cada vez que me vê passar diz sempre: - Ai Romualdo, eu só tou bem é na caminha!

E é por tudo isto amigos que proponho um acrescento ao nosso Hino Nacional, ficava assim:
Contra os canhões
Marchar, marchar…
Mas só à tardinha porque de manhã
Nós ´tamos bem é na caminhaaaaaaaaa!

Uncle Remus

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