Uma frase que tenho ouvido muito ultimamente é: Detesto pessoas.
É com uma certa alegria mórbida que assimilo esta informação, primeiro porque fico feliz ao constatar que as pessoas tornaram-se tão tolerantes como uma bomba de neutrões (que respeita os edificios, mas não a vida humana), depois porque há tanta coisa bonita neste planeta azul para se gostar que as pessoas de facto tornaram-se desnecessarias, ultrapassadas e até mesmo chatas.
Pessoas para que quando podemos conviver com pedaços de madeira, cimento e até mesmo esferovite? Jogar ás cartas com um carvalho ou ter uma longa conversa com uma sequoia gigante?
As relações interpessoais cairam em desuso, agora as pessoas usam-se umas ás outras consoante os seus interesses, daqui decorre que há e haverá sempre interesses a ser postos de lado porque entretanto reproduzimo-nos que nem coelhos e já somos mais do que as mães, sendo assim impossivel estarmos todos contentes ao mesmo tempo.
O ser humano nao é grande espingarda como querem “pintar” e todas essas teorias que somos todos bonzinhos e afáveis por natureza e que a sociedade é que nos torna maus para mim sempre foram balelas, não acredito na bondade inerente ao Homem, e não acredito no altruismo despreocupado, até quem anda por ai armado em benfeitor é porque se quer sentir melhor com ele proprio ou procura reconhecimento por parte dos outros, há sempre uma contapartida egocentrica neste processo.
As pessoas são uma merda, é um facto e é por isso se calhar que muita gente se anda a virar para a zoofilia (provavelmente ispirados na mitica frase do programa “Arca de Noe” apresentado por Fialho Gouveia) OS ANIMAIS SÃO NOSSOS AMIGOS.
Parece me logico que se o Homem em si está a entrar em falencia temos de nos virar para o seu melhor amigo: O cão (Animal em sentido figurado)
Para ser sincero conheço pastores alemães com mais sensibilidade e ate mesmo dobermans com mais sentido de humor do que muitas pessoas; mais: os animais não dizem merda e fazem companhia sem esperar nada em troca (bem… temos de alimentá-los e dar-lhes carinho mas isso é precisamente o que nós queremos, sentir-nos responsaveis por alguem e sentir que somos precisos).
De toda esta questão advem um problema incontornavel: As pessoas estão por todo o lado… como nos livrar desta incomoda e indesejada presença? No Ruanda é a catanada, na faixa de gaza é mais “pastelaria variada” ele é bomba ele é “rocket”, balazio e ate mesmo pedrada. Em alguns estados da America (predominantemente no sul) tentou-se humanizar esta eliminação de excedentes atraves de formas de eliminação mais “limpas” como a cadeira electrica ou a injecção letal, é de facto louvável que os outrora “cowboys” que chacinaram os indios (nativo-americanos, perdão) selvaticamente, estejam agora na vanguarda da eliminação humanizada de pessoas que não interessam nem á vaca do presépio.
Este é um assunto que me interessa até porque de vez em quando tenho os meus accessos anti-sociais e se tivesse uma AK 47 à mão já tinha varrido muita gente e é por isso que gosto de viver num pais como o nosso em que se pode entrar de caçadeira em punho num tribunal e sair de lá no dia a seguir… Justificação: Odeio pessoas! É a mesma sensação de impunidade que senti quando inventaram aquelas máquinas para alugar filmes em que não é preciso dar a cara, finalmente pude dar largas ao meu entusiasmo com a pornografia (da qual sou um aficionado) sem ter ninguem a abrir a caixa e a olhar para mim com uma cara condenatória…
Concluindo… pode-se dizer que é “chique” detestar ou odiar pessoas, as pessoas são vulgares e a vulgaridade é reles. Usá-las para os nossos interesses e pisá-las como se fossem lixo? Sim, porque afinal de contas precisamos das misérias dos outros para nos sentirmos felizes e de ter alguem para comparar em relação ao nosso status, afirmado assim a nossa superioridade Homo-Sapiens e em ultima analise é preciso que haja alguem para ler este texto.
Nitos (o nihilista algarvio)