quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Dronfe le monde"/O neo-eremitismo

O neo-eremitismo está muito em voga, esta parece ser a melhor opção nos dias que correm para quem está farto da sociedade em geral ou apenas das pessoas em particular.

O isolamento sempre foi uma boa maneira de combater chatices e se isso nos corta os laços com tudo o que diz respeito a relacionamentos e comportamentos socias (que afinal é o que se pretende) então temos aqui uma boa alternativa a tornarmo-nos assassinos em série ou violadores éticos. Por outro lado é tambem um excelente exercicio de auto-conhecimento e permite uma reflexão profunda sobre nós mesmos e sobre os grandes dilemas do universo.

Com o avanço da medicina e dos cuidados paliativos e juntando isso a tudo o que já foi aqui referido temos tudo o que precisamos para ser neo-eremitas. As cavernas são obviamente hoje quartos que têm alguns luxos modernos que ajudam o eremita a abstrair-se, tais como: computadores, televisões, qualquer coisa que dê som, ou até mesmo livros, tudo coisas que os eremitas antigos não tinham, o acesso a "drogas desenhadas" vulgo drunfaria farmacêutica é apoiado por médicos que enchem os bolsos graças á ascensão do "Homo-eremitus".

Quando procurei referencias para o eremita contemporaneo eis que me deparo com Henry Thoreau, escritor Americano que escreveu "a desobediencia civil" preso por não pagar impostos porque se recusava a financiar a escravidão e a guerra, que decidiu por fim sábiamente tornar-se eremita, bem... é um exemplo um bocado antigo mas mostra já um eremita diferente do "homem das cavernas" acompanhando assim toda uma evolução no eremitismo até aos dias de hoje.

É preciso dizer que a medicina ajuda bastante o eremita moderno a isolar-se da sociedade, os dignósticos são fáceis... és paranoico? tens de tomar anti-psicoticos, ansioliticos e inibidores da recaptação da serotonina... Fácil. Depois é só colocar em posição fétal e regredir até ao útero materno, o unico sitio onde estivemos verdadeiramente protegidos, repetir o processo diariamente e ao fim de semana nunca esquecer das 3 voltinhas ao bilhar grande... e tá feito. Temos o "zombi produtivo"/neo-eremita controlado.

(Quero deixar aqui um grande bem-haja á industria farmaceutica e aos avanços obtidos nos cuidados paliativos)

6 comentários:

Antó...zzzzzzzzzzzzzz disse...

O Drunfo! Meu Deus havia tanto para dizer sobre o drun...zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.

engripado disse...

o tamiflu tb dá boas pedras.

the wall disse...

A história retrata em ficção a vida de um anti-herói ("Pink") que é martelado e espancado pela sociedade desde os primeiros dias da sua vida: sufocado pela mãe, oprimido na escola, ele constrói um muro em sua consciência para isolá-lo da sociedade, e refugia-se num mundo de fantasia que criou para si. Durante uma alucinação provocada pela droga, Pink transforma-se num ditador fascista apenas para que a sua consciência rebelde o ponha em tribunal, onde seu juiz interior ordena-lhe que mande abaixo o seu próprio muro e se abra para o mundo exterior.

ai que ninguém sabe disse...

não digam nada às crianças, hoje é o aniversário do michael jackson.

Anónimo disse...

mas afinal o que é que vem a ser o "zombi produtivo"/neo-eremita controlado???
vamos lá a explicar isto muito bem explicadinho.

Jaffo Dias disse...

Bom... então passo a explicar:

O zombi produtivo é o estado final de alienação e brutificação do homem, quando este se torna um refém das suas rotinas sem as questionar contribuindo assim com toda a sua energia vital para o processo produtivo sem nunca o questionar e hipotecando o seu proprio conforto e bem-estar em troco de uma remuneração pecuniária.

O neo-eremitismo é o processo de isolamento de relações socias e corte com o mundo exterior na sociedade contemporanea baseado no desencanto com a mesma, é uma espécie de autismo compartamentado auto-induzido.

Controlado quer dizer que está sob controlo.