segunda-feira, 18 de maio de 2009

Os colhões adormecidos de Gulliver

Gulliver curtia fumar umas ganzas e mamar uns copos, afinal de contas o homem era humano... certo dia, já bem "aviado" o nosso amigo decide fumar um bongo á porta de um bar "underground" (sim, Gulliver era dos nossos.)

Fumou, encostou-se á parede, baixou a cabeça que lhe parecia pesar uma tonelada, abriu a boca, libertou 4 jactos de gregório compulsivamente e arrochou em cima do vómito, o publico presente aplaudiu e apreciou a performance, mas a fama é efémera, e pouco depois cagaram para ele e foram beber. Gulliver continuava na paz dos anjos a dormir como um bébé, aquela rua fria e irregular parecia-lhe uma cama, pouco depois, outro vulto alcoolizado e claramente debaixo da influencia de algum produto psicotrópico sai do bar, e ao deparar-se com aquele cenário deprimente diz:
"Fodass! aqueles bacanos tão em cima dos respectivos grómitos", lembrou-se daquelas estrelas de Rock que morrem afogadas no próprio vómito e foi lá ajudá-lo(s), quando se aproximou do corpo que calmamente dormia estendido no passeio reparou que o conhecia:
"Épa! é o Guli!" "Guli!" "Guli!" "Acorda caralho!" "Tás todo cagado!"
Gulliver abriu os olhos o suficiente para entrar de novo no carrosel edílico, e respondeu-lhe:
"Vai para o caralho, eu tou bem."
O amigo insistiu que ele não deveria permanecer ali naquele estado e porque estava de carro, ofereceu-lhe boleia para casa, Gulliver cagando completamente para as boas intenções do amigo responde já de olhos fechados:
"Eu tou bem!" "Um homem já pode descansar?"
Depois de tal argumentação, o amigo não teve outra hípotese senão "bazar e meter as boas intenções pelo cu acima" como lhe tinha recomendado Gulliver.

A noite foi avançando e Gulliver continuava no seu coma consentido, um grupo de "junkies" que iam a passar viram aquela cena e sentaram-se junto a ele e começaram a "fabricá-los", tinham apreciado a paisagem urbana e sentiram "o chamamento da terra" (e o cheiro era-lhes familiar).
Gulliver embora a dormir sentiu o aroma a axe e abriu os olhos para grande jubilo dos junkies:
"O man acordou!" "Tass bem?" "Anda lá fumar uns porros com a malta!"
Gulliver pensou: "Já vomitei... não há razão para continuar a arrochar" e levantou um braço para lhe rodarem a ganza (sempre com a cabeça junto ao chão pois qualquer para levantá-la era infrutifera e causadora de nauseas) Gulliver virou ligeiramente a cara para o lado esquerdo de modo a conseguir fumar, o que fez de modo decidido, sem vacilar. Os "junkies" estavam contentíssimos e já pensavam em eleger Gulliver como o seu guru, rodaram-lhe outro "porro" mais forte ainda ao qual ele não disse que não, e de novo sem vacilar, prostrado na sua poça de vómito fumou-o compulsivamente.
Depois de tal façanha Gulliver começou a ouvir um "zumbido" muito agudo que ia aumentando progressivamente de intensidade até deixar de ouvir por completo, tinha chegado ao que se chama na gíria do Pinball o estado "TILT" e dali nao se mexeu mais até ao nascer do sol.

Quando acordou, deparou-se com o insólito: tinha uma puta a chuchar-lhe o cano mole e inerte, e a dar bombadas nos seus colhões cheios de alcool, a puta tinha algo de místico, parecia uma puta das fábulas infantis, Gulliver agradeceu-lhe o esforço que tinha feito mas explicou-se:
"Ele acorda sempre depois de mim..."
Levantou-se, despediu-se gentilmente da puta e bazou aos "esses" pela rua acima em direção a casa.

A azáfama matinal sentia-se no ar, as pessoas começavam, mais uma vez o seu ritual repetido até á exaustão, levantar, trabalhar ,comer e dormir, mas Gulliver no seu estádo precário ria-se deles:
"Pobres idiotas!" pensava ele "Hão-de morrer sem nunca ter vivido"
Os olhares reprovadores dos camelos podiam parecer facas a qualquer pessoa, mas Gulliver cagava de alto neles, cagava literalmente, os seus peidos eram audiveis a um quarteirão de distancia. As velhas beatas benziam-se quando passavam por ele, ás quais ele respodia com um gentil escarro verde e castanho "Putas de velhas" pensava ele, o seu corpo estava definhado pela secura e azia (reminiscências do gin tónico?) mas a sua mente estava estava envolta numa inconsciência consciente, e estava seguro de si.

Quando Gulliver chega por fim a casa, o seu ultimo reduto, mais especificamente o seu quarto tirou a roupa que tresandava a vómito misturado com alcool semi-fermentado e atirou-a para o chão da casa de banho e nada o poderia preparar para o que a seguir se seguiu...

Estupefacto, Gulliver esfregou os olhos mas era verdade: os seus colhões estavam repletos de liliputianos, pequenos seres que se serviam dos seus "sacos" para as mais diversas actividades: uns andavam de baloiço nos seus pintelhos, tinham aulas no espaço entre o colhão direito e o esquerdo e brincavam ao apanha no intervalo.
Depois de olhar com mais atenção reparou que todas as actividades (primária, secundária e terciária) estava representadas nos seus colhões , eram como que uma micro-cidade, existindo fundações de míniculos prédios e habitações assentes no seu escroto, deseperado Gulliver decide ir ao seu stock de THC e prepara um grande besugo para assentar ideias, põe um som relaxante e deita-se a apreciar o fumo e o som numa espécie de ritual pós-buba, quando acabou tinha chegado a um novo estado de existência, tinha o cérebro dormente como uma espécie de formigueiro gigante que o impedia de pensar, de seguida começou a olhar fixamente par as paredes do quarto sem olhar especificamente para nada, aquele estado de autismo agradava-lhe, era como que, um analgésico para a alma, de súbito Gulliver voltou a lembrar-se da sua visão de pequenos seres que promiscuamente se tinham instalado de armas e bagagens nos seus colhões, mas como se tivesse sido algo de irreal e distante. "Tenho de para de meter acídos", logo de seguida volta a olhar para a região púbica e apercebeu-se que não tinha sido um flashback derivado ao abuso de LSD.

Era REAL!! lembrou-se do Artur Albarran e começou a gritar "É REAL!!! REAL!!! IMAGENS REAIS!" correu para o chuveiro onde começou a esfregar frenéticamente os colhões mas para sua grande surpresa os liliputianos eram impermeaveis.
Já quase completamente consumido pelo desespero reparou que um destes pequenos seres estava a olhar para ele e tentou estabelecer contacto verbal:
"Take me to your leader" disse com pouca confiança, o pequeno ser começou a correr até desaparecer no matagal de pintelhos de Gulliver para voltar de seguida com o que parecia ser o ancião destas criaturas liliputianas que lhe disse:
"What do you want?"
Gulliver como que desabafando em voz alta deixa escapar um pensamento em vol alta:
"Até estes cabrões falam Inglês..."
O ancião responde:
"Claro, é a lingua franca da Europa, quem não fala está fora, para além disso é bom para o turismo".
"TURISMO??" "Nos MEUS COLHÕES?" replicou Gulliver já num tom de paciência perdida, ele era grande apreciador do surrealismo mas aquela situação estava a ser, de facto insustentável.
"O que é que vocês fazem nos MEUS COLHÕES?"
O ancião aconselha-o a ter calma e começa a explicar:
"Os teus colhões produzem uma espécie rara de fungo, fungo esse que é segregado pelo tronco do teu caralho, esse fungo é indispensável á nossa sobrevivência e só nasce em colhões com características específicas, como os teus."
Gulliver sentiu-se honrado pelos seus colhões terem algo de especial, mas continuava com duvidas:
"Como é que vieram cá parar?"
O ancião sorriu e disse-lhe "Lembras-te da puta?"
"A PUTA!! Eu sabia! aquela puta não podia ser nada de bom..."
"Aquela puta..." repete o ancião "Não era puta nenhuma, era sim a foda-madrinha dos liliputianos" e continua "E ela não te estava a dar bombadas nos colhões, estava sim a analisá-los para ver se reuniam as condições adequadas a nossa sobrevivencia"
"Então e porque é que me estava a mamar o caralho?"
"Isso não sabemos. Mas acho que ela de vez em quando tambem merece curtir a vida, não?"
"OK é justo, até lhe lhe dava um foda se ela quisesse" respondeu Gulliver
"Uma foda-madrinha" respondeu o ancião.
Ambos começam a rir com cumplicidade
"Tu e teu povo até são boas criaturas, pelo menos tem sentido de humor..."
"Então não te importas que habitemos nos teus colhões?"
"Não, é na boa agora preciso mesmo é de dormir um bocado"
Gulliver abriu a boca e engoliu 3 comprimidos "Serenal 50", de seguida fabricou mais uma ganza e fumou até adormecer.

Gulliver dormiu durante 3 dias e 3 noites e quando acordou tinha a cabeça tão leve que parecia um balão de hélio, sem saber porque lembra-se da conversa que tinha tido com o ancião dos liliputianos antes de adormecer e sentiu saudades... sim saudade essa palavra tão portuguesa.
Virou-se para um liliputiano que estava a passear no seu colhão direito e disse de novo:
"Take me to your leader" (a palavra mágica) mas, desta feita a resposta foi diferente: o pequeno liliputiano responde-lhe em ar de desafio:
"Only sheep need a leader" "Nós agora somos uma federação anarca e não temos líder"
"É justo" concluiu Gulliver "Eu sempre apoiei a auto-gestão anarca, mas onde é que tá o cota com quem eu falei?"
"Foi ostracizado para os cabelos do teu cú. Tinha ideias comunistas e teve o que merecia foi exilado para o gulag".

Estes pequenos seres tinham uma noção acutilante da realidade.

9 comentários:

Anónimo disse...

Grande Gulliver!!!
Era fixe haver continuação...

Anónimo Anarco/sindicalista disse...

Federação anarca???
Os anarquistas são federados em alguma coisa?
Que conceitos são estes?

Anónimo disse...

Sao federados em cravar trocos. Trocos esses que sao ganhos a custo do trabalho que eles abominam. Sao de facto conceitos muito coerentes...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

comunidades de filosofia anarquista ou comunistas libertários nos colhões do Gulliver.
um clássico que promete.
um novo conceito: a blogónovela aplicada na sua mais pura essência. só falta um triângulo amoroso e um amigo gay, para dar substância à coisa.

Jaffo Dias disse...

Peço desculpa se ferí a susceptibilidade da "esquerda caviar" perdão do "anarquismo mercedes"... épa ainda não era bem isto... Isto é um conto de ficção narco-dadaísta.
Para dar tiros nos pés os (supostos) anarquistas não precisam de ajuda.

Anónimo disse...

jaffo, o narco-dadaísmo está morto!
a trip agora é o surrealismo marxista.

Anónimo disse...

eu só tenho a dizer:da-lhe meu puto!parte 2 in ya face!!!props:denrat!!!!

Barrosíadas disse...

Os colhões são coisa sagrada. Não é coisa que se torne comunitária rumo ao socialismo. Havendo mais fadas chupadoras de pau, a realidade teria outro brilho. Afortunado, o Guli.
Espero que esses anarcóides lili[put(a]nús) não façam criação de cães e pulgas como os anarcóides humanos.
Cães nos colhões seria cruel. E pouco higiénico.