quinta-feira, 21 de maio de 2009

Histórias de faca e alguidar

O bebado bate na mulher, a sogra grita e chama a polícia, após ter cometido este acto ireflectido lembra-se que a polícia não serve para nada e telefona tambem ao seu filho gordo.
O bebado grita: "EU MATO-TE CABRA!"
A cabra chora.
A sogra grita: "EU ODEIO-TE!".
Após alguns instantes de tensão aparece um agente da PSP com um ar amistoso que educadamente pergunta: "Ora então o que temos aqui?" "Há algum problema?"
Os urros loucos do bebado mesclados com o choro da cabra ecoam pelo prédio, o agente observa, estagnado, de repente outro urro masculino ouve-se nos arredores: O filho gordo (e já agora, bruto) chega pronto para dar umas valentes cabeçadas e umas valentes galhetas com as costas da mão (como só os gordos sabem, tipo "Bud Spencer") no bebado, que por acaso tambem lhe devia dinheiro.

O agente depois de um esforço sobre-humano consegue articular um pensamento: "Isto vai dar merda" pensou ele "Vou ter de dar um tiro num".
A tensão instala-se na Penha...

Entretanto o agente com a maior patente que havia na viatura de patrulha lembra-se de sair do carro enquanto os outros olham para ele com a maior devoção.
O filho gordo, o bebado, a cabra e a sogra param por instantes, espantados com tal situação.
"É o inteligente" explica o primeiro agente a chegar á ocorrencia.
Em toda a sua carreira de polícia nunca se tinha deparado com semelhante situação, como proceder? Que alvos abater? Quem nos suborna nestes casos?
Perguntas muito para além da capacidade de resposta do sub-chefe Ramiro.
No calor do momento o sub-chefe lembra-se de perguntar porque é que não vão todos para casa? o que pareceu uma ideia sensata e digna de um autentico profeta urbano.

O bebado foi dormir para o carro e mijou-se todo.
O filho gordo foi para casa chateado por não ter aviado umas galhetas.
A cabra e a sogra foram-se deitar.
A polícia foi para uma tasca comer á borla e implicar com os bebados como sempre mas aquele momento de destreza intelectual do sub-chefe Ramiro ficou na memória de todos.

Eu finalmente vou conseguir dormir.





Insónia Araujo

1 comentário:

Anónimo disse...

até porque a faca e o alguidar são amigos!