segunda-feira, 4 de maio de 2009

Esta semana no sítio do costume...(a publicidade e as novas economias emergentes)

Hoje ligamos a TV ou o computador e apanhamos logo alí de chapa mesmo no trombil, anúncios de produtos cuja existência desconhecíamos, e que a falta que nos fazem é tanta como a vontade de levar no cú. Enfim, a publicidade já não é o que era. O avanço tecnológico roubou o romantismo às técnicas promocionais, que outrora eram utilizadas para fazer chegar até nós a existência dos bens de consumo necessários.
Lembro-me de quando era pequeno assim que vinham os primeiros dias cinzentos de Setembro, ouvia-se na rua um som de flauta-de-não-sei-quê que era tocada por um senhor que andava pela rua com uma bicicleta adaptada a arranjar guarda-chuvas e a amolar facas. Fazia pequenos biscates artesanais, e com um “toque corrido” na flauta, que fazia a vez de “pregão” anunciava aos moradores da zona os seus serviços. Os pregões como formas de publicidade rudimentares felizmente ainda se praticam nos dias de hoje, e embora estejam quase moribundos são em certas situações mais frequentes do que supomos. Nas praias ouvimos amíude: “olha a bolinha de Berlim” do homem dos bolos, ou o célebre: “é frut-ó-chocolate”, quando de gelados se trata. Nos mercados e feiras as varinas ou os tendeiros gritam ou utilizam megafones oferecendo o peixe mais fresco ou 10 pares de peugos rotos por 1 euro. De porta em porta andam mórmones ou testemunhas de Jeová, que nos tentam impingir o seu produto: um lugar cativo no céu para que, quando chegar a hora de ir ter com o Criador não fiquemos a dormir na rua, no meio das nuvens talvez. Uma espécie de agentes imobiliários do firmamento. Nos locais recreativos nocturnos promovem-se romances com flores de estufa tão mirradas quanto as promessas de felicidade que evocam: “Ké frô?” Mas nos baixios marginais da estrutura social, a publicidade tem uma importância fulcral, e é essa que mais aprecio. Basta ir a uma zona de má fama onde belas donzelas libidinosas de lábios suculentos e decotes exuberantes nos prometem o céu na terra, através da transcendência carnal pela experiência. Nas proximidades há vendedores de “alegria” que anunciam o seu produto discretamente: “olha a branca; é da castanha; goma afegã” etc, embora o pregão usado nestes locais, que marca a qualidade do produto e que realmente conquista a confiança do consumidor também pela sua capacidade de síntese, é sem dúvida o: “é da boa”. E está tudo dito.


Consumidor anónimo (sabe-se lá do quê)

8 comentários:

Anónimo disse...

...enfim, o bacalhau do costume!

grego disse...

sim sim, mas aposto que nunca sequer afiaste um cutelo ou mesmo uma tesourinha das unhas no amolador...

consumidor disse...

minha linda depois do bacalhau do costume (ao almoço), duas fatias de melancia e quatro serenais 50, até as próprias unhas eu afiava na roda do amolador!
enfim, outros (e bons) tempos.

Anónimo disse...

ora ora, temos por cá mais presença feminina. já fazia falta, afinal este blog tem testosterona a mais.
um cheirinho a fêmea tb é bom mesmo que seja só virtual.

grego disse...

é favor não criar grande entusiasmo que esta fêmea tende, na maioria das vezes, a comportar-se como um gajo.

Anónimo disse...

ok ok!

Anónimo disse...

que vazio criativo...

jobo disse...

este(s) caramelo(s) que para aqui anda(m) a mandar palpites sobre a criatividade de cada um, deve(m) ser daqueles cromo(s) que gosta(m) de criticar mas não faz(em) népia.
se fosse(m) mamar no caralho fazia(m) melhor figura!