quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A banalização da morte

Um morto é uma tragédia, um milhão são estatistíca (ou algo assim do género), assim como o puto vê o Bruce Willis no filme, os mortos entram em nossa casa diariamente, no telejornal, em qualquer filme de acção (especialmente com o Steven Seagal) e até mesmo num jogo de futebol, enquanto petiscamos uma sandocha lá vamos assistindo ao desfile de cadáveres de todas as partes do mundo, uns bons, outros maus, outros simplesmente incógnitos, alguns estropiados, mortos á "katanada" ou á queima-roupa com uma caçadeira enquanto enquanto dormem numa carrinha... a "variedade de oferta" é enorme.

É uma inevitabilidade já se sabe, para morrer basta estar vivo, por isso por um lado até é bom sermos habituados e expostos a esta "cultura da morte" diária e contínuamente, é como um "lembrete" que dispara aleatóriamente, depois torna-se banal, entranha-se, e torna-se parte essencial do nosso dia-a-dia. Mas não estará isto a tornar-nos insensiveis?

A morte faz parte do nosso dia-a-dia, habituamo-nos a ela sem a compreender, de um certo modo fascina-nos e isto pode ser visto por exemplo quando há acidentes na estrada ou pessoas atropeladas por combóios, a tendencia é ir dar um "espreitadela" para satisfazer a curiosidade mórbida, a propósito disto, no outro dia estava a ir para o trabalho e vi um gajo morto na rua, estava estendido no chão com as costas numa parede e parecia ter sido espancado, naquela zona há algumas senhoras que vendem o corpo por isso deve-se ter metido com alguma e foi espancado pelo chulo, "não é uma boa imagem para se ter de manhã" pensei eu e fiquei a pensar nisso durante um bom bocado, depois distraí-me com outra merda qualquer e não pensei mais nisso.

Hoje é dia dos mortos, o pessoal vai aos cemitérios e é um dia bom para o negócio das flores, é um dia em que lembramos "os nossos mortos"... até na morte somos egoístas... com os mortos dos outros podemos nós bem... É este paradoxo que ainda não consegui perceber: somos habituados á morte desde que nascemos mas cada vez que morre alguem próximo parece que é a primeira vez, e não vai ficando mais fácil... deve ser a isto que chamam "o mistério da vida".




Bru Wili

domingo, 18 de outubro de 2009

Domingo de ressaca

Domingo é o dia da ressaca por excelência, não há dia melhor para ressacar até porque normalmente coincide com o fim do fim de semana e costuma ser sempre a seguir á Sexta e ao Sábado (dias de exagero e devaneio alcoólico e psicotrópico).

Não deixa de ser curioso (para quem é crente) que o dia em que deus descansou depois de fazer a terra seja o dia em que o Homem ressaca depois de mamar o sangue de cristo, de facto há algo de religioso no Domingo de ressaca vulgo Romingo, é uma celebração de mau estar, suor mal-cheiroso, tremores, taquicardia e até mesmo dores causadas pela "desabituação ao alcoól", é uma espécie de "via sacra" do bêbado repetida semanalmente que vai piorando com o passar do tempo e a degradação dos orgãos internos, mas não é por isso que se deixa de beber... isso é que era bom! nada disso, bebe-se cada vez mais para mostrar que não andamos aqui a brincar e que levamos a sério os nossos "hobbies", o único problema do Domingo de ressaca é que a seguir é sempre Segunda-feira e tem de se ir trabalhar (para quem trabalha) ainda com mazelas do fim-de-semana...



Jacques Daniel

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mais barato que a verdade? (Sexo, mentiras e projectores)

É verdade que a verdade é sobrevalorizada, este assunto já foi dissecado neste blog, mas agora uma outra questão de natureza puramente existencial põe-se em cima da mesa... se a verdade não é assim tão importante porque é que as pessoas se dão ao trabalho de mentir ou omitir? (o que técnicamente é diferente...) ou até mesmo fingir?

Neste curto espaço em que me ví aqui metido e (ainda) não acabou, sou obrigado a aceitar que as pessoas "moldam" a verdade consoante lhes interessa e isto é que me intriga... O que move as pessoas? Que motivações estranhas as levam a fazer coisas completamente e aparementemente sem sentido?

Mesmo quando nos estamos a CAGAR completamente para uma pessoa (e podemos ter as mais variadas razões para isto) há quem goste de dar tangas "ah e tal... isto e aquilo..." "já não te via há tanto tempo..."

É bonito é tudo o que tenho dizer.

O problema é que não vivemos sózinhos neste mundo e apesar de gostar mais do azeite para fazer refogados, tenho de admitir que o azeite é como a verdade, vem sempre ao de cima e geralmente é por duas razões: Ou acham que é rídiculo enganar um amigo ou porque gostam de se gabar dos seus feitos.

O mais engraçado nesta merda toda é que a verdade só vem ao de cima quando já nos estamos a cagar para ela, vem sempre fora de tempo por isso depois de nos chamarem todo o tipo de nomes incluindo mentiroso e paranóico sabe sempre um bocado a azedo quando descobrimos que afinal estávamos certos.

Não tenho nada contra a mentira, ás vezes a mentira é necessária, mas parece-me um bocado estúpido manter essa mentira quando já não há razões para isso mas enfim... como o povo diz (e o povo costuma ter razão) a festa já não é minha e se as pessoas se sentirem bem em ser dissmuladas por mim tá tudo bem, agora tangas... nunca usei, prefiro boxers, não me apertam os colhões.

A verdade? essa é mais barata do que podemos pensar.

Se o problema é a opinião com que ficamos das pessoas... Isso não é um problema porque afinal somos seres egoístas e desde que achemos que somos os maiores do mundo e os outros são uma merda nada de invulgar se vai passar, apenas a continuidade de uma existência de merda.




Mais barato do que a realidade

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eco-misticismos banais

Hoje, peguei num daqueles jornais diários xungas que dão no metro e lí o meu hóroscopo: normalmente aquilo é um acumulado de patranhas e tangas semi eco-místicas e e dá-me alguma vontade de rir (ou pelos menos faz-me mover o musculo do lábio superior) mas hoje não.

Aquela merda hoje fazia sentido, o gajo que fez aquilo parece que me conhecia e por mais estranho que pareça até me dava bons conselhos, imediatamente comecei a pensar na Maya (a nossa grande astróloga) primeiro nua e vomitei, depois já vestida a proferir as mágicas palavras: "Não negue á partida uma ciência que desconhece" o que até fazia sentido se a astrologia ou o "tarot" fossem uma ciência, mas vamos passar essa parte á frente e vamos considerar que isto dos animaizinhos e das estrelas até faz algum sentido.

Concedo que a maior parte das vezes que leio aquela bosta chego á conclusão que aquilo são frases totalmente generalistas e que a maior parte das pessoas identifica-se com aquilo se quiser, é tipo uma "hipocondria dos signos" e é muito possivel que seja exactamente o que se passou hoje, por outro lado é possível que os astros hoje tenham acertado em cheio, duvido é que toda a gente que tenha o meu signo ache o mesmo por isso isto não é uma questão pacífica.

Qualquer dia até os meteorologistas começam a certar no tempo para amanhã...



"El Toro Loco"

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Exmos. Senhores Membros do “Gang dos Pontos”,

É com grande regozijo e admiração que vos escrevo do estabelecimento prisional onde me encontro encarcerado e cujo nome devera permanecer no anonimato.
Sou vosso irmão de sangue. Na menoridade também cometi alguns excessos que serviram como formação para o que se seria uma promissora carreira no crime abruptamente interrompida pela minha detenção.
Aqui tornei-me um intelectual proeminente. Li tudo o que podia apanhar. A minha auto-instrução deu-me um certo sentido de superioridade em relação aos outros reclusos (claramente inspirado pelo personagem de Robert de Niro no “Cabo do Medo”).
Apesar da esperança diminuta de algum de vocês algum dia ler estas linhas, aguardo avidamente a vossa chegada quando atingida a maioridade.
Eu e os meus irmãos desenvolvemos o nosso próprio sistema de pontos, sendo que os novatos obrigados à sodomia e felação serão avaliados de forma diferente por especialistas (nós).
É também dada especial atenção aos espancamentos e outros requintes de malvadez.

Aguardo com entusiasmo a vossa chegada

Quicas

terça-feira, 6 de outubro de 2009

#3



Amália ou Detestália?

eis a questão.